quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pesquisa IBGE - Em dez anos, dobra o número de casais sem filhos e nos quais marido e mulher têm rendimento

De 1997 para 2007, o número de casais que optaram por não ter filhos e que possui rendimentos tanto da parte do homem quanto da mulher dobrou. A Síntese de Indicadores Sociais 2008 do IBGE, cujo ano de referência é 2007, indica há no Brasil 1,92 milhão de casais com essas características, contra 950 mil em 2007.

"Esse número mostra que essa opção, já muito freqüente em países desenvolvidos, começa a ser uma forma significativa de organização familiar no Brasil", afirma Ana Lúcia Sabóia, coordenadora da pesquisa. Esse tipo de casal é classificado como DINC - "Duplo Ingresso e Nenhum Filho". Segundo Sabóia, esta é o primeiro estudo em que o IBGE utiliza a terminologia.

Os dados também revelam que esse tipo de casal está associado ao adiamento da fecundidade, já que em 58,7% dos casos a pessoa de referência - sem filhos - tinha até 34 anos. Outra característica dos casais tipo DINC no Brasil é possuir rendimento elevado, em média 3,5 salários mínimos per capta. Por isso, eles costumam estar entre os 10% mais ricos da população.

O estudo também conclui que esse tipo de casal atribui demasiada importância "à aquisição de atributos profissionais que possam garantir posições bem estabelecidas no mercado de trabalho". "Acredito que há uma mudança de valores. A mulher parece mais preocupada com o desenvolvimento profissional", afirma a pesquisadora.

Cai porcentagem de casais com filhos
No total dos arranjos familiares com laços de parentesco no país, os DINC representam 3,4%. A maior fatia desse bolo ainda é formada por casais com filhos - 48,9% dos casos em 2007. Essa maioria, no entanto, diminuiu percentualmente com relação a 1997, quando representava 56,6% dos casos.

O número de pessoas que vivem sozinhas também cresceu nos últimos dez anos, de 8,3% (1997) para 11,1% dos domicílios particulares em 2007, como resultado da redução da taxa de mortalidade e aumento da expectativa de vida, principalmente entre as mulheres. Esse número representa cerca de 6,7 milhões de pessoas, das quais 40,8% tem 60 anos de idade ou mais.
Retrirado do UOL Notícias - autora:Elisa Estronioli
Em São Paulo

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