Fonte: G1
A família Avidos, em Águas Claras, no Distrito Federal, ainda não entrou em um acordo sobre a melhor forma de iniciar a educação financeira dos filhos. Marcelo e Nilzete têm filhos de casamentos anteriores. Cada um ganha uma mesada diferente.
(Na série Dinheiro na mão de crianças, oG1 mostra como os pais fazem para explicar situações econômicas do dia a dia para os filhos.)
O casal mora com a filha de 8 anos e outra mais velha, de 15, filha de Nilzete no primeiro casamento. Marcelo tem outro filho, de 19, que mora com a mãe.
Nenhuma das meninas ganha mesada, mas o filho de 19 ganha R$ 900 do pai por mês. Segundo o engenheiro, a mesada ajudou o garoto a controlar os gastos.
A conta de celular do filho, que já havia chegado a R$ 500, baixou para R$ 100. "Agora que sai do próprio bolso, ele sente o gasto doer", disse Marcelo. Segundo o engenheiro, o filho gasta a mesada com carro, celular e programas com a namorada e amigos.
Já Nilzete, que é empresária, acha que dar um valor fixo mensal às filhas não contribuiria para que elas controlassem os gastos. "Não acredito que elas economizariam. Talvez acabassem me pedindo mais", afirmou. Segundo ela, a filha de 15 anos gasta cerca de R$ 50 por saída com os amigos, mas os passeios se limitam a dois por mês. Além disso, ela tem gastos com salão de beleza da filha mais velha.
Mesmo sem o pagamento mensal fixo, Nilzete diz que cede, de forma controlada, às vontades das filhas. "Supro todas as necessidades delas. Se querem ir ao cinema ou a uma pizzaria, eu supro. Mas elas sabem que não pode ser toda semana", disse.
Para a empresária, o momento ideal de dar mesada aos filhos é quando eles têm por volta de 18 anos e vão se tornando mais independentes. Para Marcelo, é importante os filhos saberem que têm uma quantidade determinada para gastar. "Essa educação financeira antes de ter o salário é importante. Hoje, se o meu filho disser que não conseguiu pagar a conta, vou dizer que o problema é dele. E ele sabe disso", disse.
Os meus, os seus, os nossos
A formação de novos núcleos familiares, com filhos vindo de casamentos diferentes, vai exigir dos pais muito bom senso na avaliação da especialista em educação financeira, Cássia D'Aquino. "Os pais devem considerar que a mesada é só um instrumento dentre muitos outros de educar a criança a lidar com dinheiro."
Ela diz na separação de um casal e formação de novas famílias é comum aparecer problemas como a diferença entre o valor que cada filho ganha, ou ex-maridos que ganham mais que os atuais e dão uma mesada maior aos filhos que seguem no núcleo do novo casamento. "A mesada não pode ser fonte de conflitos na família. O fato de um ex-marido achar que é boa ideia dar uma grande mesada não obriga os novos chefes de família a seguir nesta toada."
D'Aquino diz que o casal deve conversar bastante e definir que decisão vai tomar. Ela acha que o dinheiro não pode ser usado para resolver questões de ciúmes entre os irmãos. "A mesada existe para atender uma solicitação pedagógica, ou seja, a educar a criança a lidar com dinheiro. Em famílias em que a situação de confusão está instalada, a mesada deve ser o menor dos problemas."
A consultora diz que é de se esperar que os filhos mais velhos ganhem uma mesada maior do que os mais novos. "Existe a recomendação de que a mesada obedeça a maturidade da criança", afirma. Para ela, crianças até 11 anos deveriam receber "semanada", para ter um controle melhor de seus gastos. Ela diz que um cálculo que os pais podem fazer para crianças menores é dar a cada semana um real por ano de vida . Uma menina de oito anos, por exemplo, ganharia R$ 8 semanalmente. Com filhos mais velhos, no entanto, a mesada deve ser maior, e a cobrança pela responsabilidade também.
do site do IBDFAM
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