A incapacidade para resolver conflitos cotidianos também está por trás da morte de jovens no Brasil, segundo Rosa Maria Gross de Almeida, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Ela participou ontem (23) de debate sobre a violência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).
Segundo a secretária, as famílias não ensinam as crianças e os adolescentes a resolverem problemas, e eles aprendem a administrar conflitos nos filmes, cuja receita muitas vezes é a eliminação física.
Por isso ela propôs uma reflexão sobre o papel individual e coletivo na produção da violência no Brasil.
- Todos nós erramos por ação ou omissão. Vamos continuar produzindo essa violência diária?
Os especialistas em segurança pública chamam esse tipo de violência pelo nome técnico de 'intersubjetiva'. São em geral conflitos entre cônjuges, parentes, amigos, vizinhos e colegas de trabalho, responsáveis por grande parte dos 50 mil homicídios que acontecem anualmente no Brasil.
De acordo com o professor Arthur Trindade Maranhão Costa, coordenador do Núcleo de Estudos sobre a Violência da Universidade de Brasília (UnB), a violência intersubjetiva é a mais dramática e a que tem recebido menos atenção das autoridades brasileiras.
- Os estudos têm apontado que entre 50 e 70% dos homicídios no Brasil resultam desse tipo de conflito - afirmou o professor.
Extraído do site da editora magister
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